sábado, 29 de setembro de 2012

O som da minha alma

Hoje eu não escrevo mais sobre o sorriso cansado
Do poeta que não sabe sorrir.
Muito menos, o choro da criança
Que lhe foi tirado o doce.
Quero buscar naquilo que vivencio
O som da minha própria alma detalhada em estrofes.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Do Museu aos Aflitos

Sentada à beira da escada
Escuto, ao seu lado, o som das águas
Gosto do olhar doce e simples
Que se esconde por trás do sorriso tímido que tens

O céu vai, aos poucos, migrando da azul celeste ao cinza
(sem metáforas)
O Sol vai encostando nas águas do mar turvo e calmo
Daqui de longe posso ouvir-lo chiar
Vai se pôr e você ainda não fez o seu pedido

Um pássaro canta um som esquisito
Uma serenata que não tem sentido
Olho para o mar, para o céu escurecendo...
Sinto aquele vento frio e você me aquece

Sua boca quente encosta na minha
Sol, Céu, mar, pássaro, ar...
Nos seus lábios não vejo mais nada!
Esqueço tudo!

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

"Só os Loucos tem o dom de voar"

É tão bom olhar aquela grama verde
E ainda escutar o solo de guitarra daquela banda de rock inglês.
Escutar sua voz, em meus ouvidos, ainda hoje, lendo "Augusto",
"Sonho de uma Flauta" e outros do H. Hess.
Lembrar dos poemas drummonianos
Os quais eu recitava em pleno por do sol na Barra.
Sentir, ainda que em lembranças, suas mãos quentes me aquecendo
Junto com o calor do cappuccino quente e bom do "Geológico".
Lembranças de um tempo bom, intenso e que teve a sua medida
Lembranças de um "Louco" que me fez sentir mais eu.
Abriu as portas, que em minha mente, estavam fechadas.
"Louco" que se manifestou em meu eixo me tirando de órbita
E provando para mim que, só sendo assim, eu poderia enfim voar.

domingo, 22 de julho de 2012

Um Conto de Fadas

Posso tentar e ver um novo dia nascendo
Acordar e sentir que tudo que quero está a menos de um palmo de mim
Imaginar quão grande é o que me faz sorrir por bobagens
a cada luz diferente do Teatro mais próximo

Não quero acreditar que meus sonhos não serão verdades
Quero acreditar que a "Fada Azul" transformará isso tudo na mais pura realidade
Posso lutar e impedir que o brilho que hoje vejo nos olhos, seja uma lágrima caindo
Prefiro imaginar que estou longe de sentir essa gota molhando o rosto.

Quando tudo parecer está dando errado, por favor, me acorde!
Nenhum sofrimento deve ser constante.
Nenhuma alma vive de dor.
Nenhuma dor vive em uma só alma.

terça-feira, 12 de junho de 2012

De Carne e Osso

Talvez não fosse o fogo
Que não se propagou a cada sopro
[sem ar]
Essa chama que não se dissipa,
Só cresce dentro mim.
Quem seria capaz de atirar-me uma pedra,
Se em tantas já tropeçou?
Talvez não fosse "certo".
Mas quem seria capaz de condenar o humano,
Se não o divino?
Sou carne e osso!

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Quando fui Gaivota


Me vejo em teus olhos
[Te beijo]
Seus lábios parecem labirintos de tão secretos
Seu mundo não é meu mundo
E mesmo assim me sinto presa a ti.
Sou o espelho do que penso e falo.
Sou a alma que esta viva e com fome.
Com fome de descobrir o amor que tu falas sentir por mim.
Me vejo nos teus abraços quentes
Sinto-me tão segura neles!
Mesmo assim, preciso lembrar de quando eu era gaivota;
O amor não pode podar as asas
Ele tem que ser mais um estopim para o voo

sexta-feira, 1 de junho de 2012

O véio moço dormindo

Eu vi um certo alguém dormindo
Eu vi um "véio" em movimento
Não era um anjo, nem um avião,
muito menos o super-man cochilando no alto
Era o "papito" dormindo no "Bus" em pleno Corredor
E que Vitória!

sábado, 19 de maio de 2012

Guernica


Sentada perto da janela,
Tomo meu cappuccino morno.
Lembro de todas as confissões que já fiz ao Vento.
Imagino como seria bom se ele as tivesse escutado

Ao invés disso, estava dando trela pro Vácuo.
Queria saber se o Tempo pode me ouvir...

"Escutei tiros!
Você os escutou?! 
Escutei vozes de horror! 
O temor a Franco, temor ao ditador! 

Às vezes certas imagens me vêm à cabeça.
Lembro daquela cubista, aquela tela que Franco pintou com as mãos de Picasso. 
Ou será que Picasso pintou com as mãos do Franco?!
Às vezes acho que tudo que vivemos é igual.
Só muda o papel o qual nos encontramos no dado instante".

Uma vez esperei por noites a fio.
Não tive tempo para esperar pra ouvir
o Tempo me dizer que só com o tempo mesmo
para as coisas se resolverem.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Protesto!

Vejo milhões de carros passando.
Sento em minha cadeira de balanço.
Acendo meu cigarro.
Não entendo a sensação, algo me atormenta.
O cigarro agora só tem filtro.
Jogo no chão. Amaço!
Vejo-o espatifando aos meus olhos, e não tenho pena.
Os carros param.
Na rua, uma multidão vai aos poucos atrapalhando tudo.
A multidão grita! Os carros buzinam.
"Solução"

(Soluço)

Vou até a cozinha.
Bebo água.
Lavo o copo.
Ponho no escorredor.
Os carros ainda buzinam.
A multidão continua gritando, ninguém escuta!

Leio mais um cartaz.
Eles querem mudar o mundo.
Acho que é apenas mais uma massa que não conhece o poder que tem.
Gritam! Protestam! Mas não sabem lutar!

Começaram a colocar máscaras...
As buzinas cessam.
Os motoristas saem dos carros.
A multidão cresce.
E vai usando o poder que tem.
Levantei da cadeira.
Peguei minha máscara e me juntei.
Percebo que eles querem tudo que um dia disseram que a gente tinha.
Não nos deram, e nos conformamos.
Eles representam uma sociedade de ideias e ideais de um povo quase morto.

Agora eles atrapalham não só o transito,
Mas o pensar fechado de quem não consegue mais pensar

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Na Pele e na Alma

se eu soubesse que desta vez seria igual as outras
eu não teria colocado o meu melhor vestido
não teria me maquiado de forma singela
para parecer cada vez mais sua

se eu soubesse que era tão "errado" querer você para mim
eu enfrentaria, mais uma vez, o mundo
para poder olhar em seu olhos 
ter o seu abraço,
sentir o teu cheiro
como sempre fiz.

se eu soubesse que ser tua ia ser tão bom
eu teria tentado todas as vezes
mesmo sabendo que no final de tudo
a minha vida e a tua não vão estar juntas
nem pela pele, nem pela alma.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O tropeço impulsiona...

Chora! pois talvez a lágrima seja a única escolha pra lavar a alma doentia.
E sofre, uma vez que só o sofrer pode te mostrar o caminho certo.
O ato de andar pode até ser ocasionado a partir do impulso,
Mas a quantidade desse movimento e o seu sentido é dado por um ato bem pensado.

E eu me pergunto o que eu devo fazer pra não repetir todos os erros,
Porque só no final percebo que fiz o tudo virar um nada;
Mas a resposta não vem...
Talvez só dê pra perceber o que é erro, quando faz magoar o outro.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Rosa roda

Rosa roda
Roda ao lado da roda do tempo
Tonteia-se sobre um mesmo ponto
Gira em um dado momento
Cai em linha reta
E se curva na torta
Rosa roda