sábado, 19 de maio de 2012

Guernica


Sentada perto da janela,
Tomo meu cappuccino morno.
Lembro de todas as confissões que já fiz ao Vento.
Imagino como seria bom se ele as tivesse escutado

Ao invés disso, estava dando trela pro Vácuo.
Queria saber se o Tempo pode me ouvir...

"Escutei tiros!
Você os escutou?! 
Escutei vozes de horror! 
O temor a Franco, temor ao ditador! 

Às vezes certas imagens me vêm à cabeça.
Lembro daquela cubista, aquela tela que Franco pintou com as mãos de Picasso. 
Ou será que Picasso pintou com as mãos do Franco?!
Às vezes acho que tudo que vivemos é igual.
Só muda o papel o qual nos encontramos no dado instante".

Uma vez esperei por noites a fio.
Não tive tempo para esperar pra ouvir
o Tempo me dizer que só com o tempo mesmo
para as coisas se resolverem.

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