Vejo milhões de carros passando.
Sento em minha cadeira de balanço.
Acendo meu cigarro.
Não entendo a sensação, algo me atormenta.
O cigarro agora só tem filtro.
Jogo no chão. Amaço!
Vejo-o espatifando aos meus olhos, e não tenho pena.
Os carros param.
Na rua, uma multidão vai aos poucos atrapalhando tudo.
A multidão grita! Os carros buzinam.
"Solução"
(Soluço)
Vou até a cozinha.
Bebo água.
Lavo o copo.
Ponho no escorredor.
Os carros ainda buzinam.
A multidão continua gritando, ninguém escuta!
Leio mais um cartaz.
Eles querem mudar o mundo.
Acho que é apenas mais uma massa que não conhece o poder que tem.
Gritam! Protestam! Mas não sabem lutar!
Começaram a colocar máscaras...
As buzinas cessam.
Os motoristas saem dos carros.
A multidão cresce.
E vai usando o poder que tem.
Levantei da cadeira.
Peguei minha máscara e me juntei.
Percebo que eles querem tudo que um dia disseram que a gente tinha.
Não nos deram, e nos conformamos.
Eles representam uma sociedade de ideias e ideais de um povo quase morto.
Agora eles atrapalham não só o transito,
Mas o pensar fechado de quem não consegue mais pensar
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