domingo, 27 de março de 2011

Tempo Meu

Tempo meu
Meu canto
Minha vida
Minhas palavras voam sem direção
À espera de que alguém as veja
As escute em seu tempo, seu canto
Em algum momento da vida.

Palavras são boas, são más
Mudam até as coisas de lugar
Meu tempo se prende em palavras
Palavras que foram feitas pra ficar soltas,
E que agora machucam pessoas
Pessoas que não as sabem usar
Não sei nem mais no que pensar

Só preciso do meu tempo
[Tempo meu]
Pra colocar a cabeça no lugar...

Devaneio

Dor, do amor... devaneios!
Queima, arde, envolve, destrói em pedaços
Paixão, aflição... digo: "NÃO!"
Só são pétalas de rosas
Entre folhas de um livro velho
Minha sina é fazer chover
O meu passado nada mais é que o tudo posto.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Vida Nada Mundo

Vida nada mundo
Gira em fração de segundos
Vejo, olho, escuto
Boca, língua [tudo mudo
Beijo, abraço, cheiro [sem efeito
Longe: tudo é nada
Nada: ninguém no mundo
Tudo muda!
Muda estou
Me calo sem dor
Não dói mais...
Ferida que fecha
Não arde em chama

Longe de tudo
Perto de nada
Fico sentada
Relento sem cor
Não mais penso no amor
[nesse seu amor

Vida nada mundo
Hoje o ceu está escuro
Portas que se abrem
Cortinas que se fecham, com aplausos...

terça-feira, 22 de março de 2011

Você (eu) no muro

Olha você aí
Nesse telhado forte
[seguro
Esses braços no muro
Fica sentado
O que tanto espera?

domingo, 20 de março de 2011

Regime de palavras sonoras

certo
correto
difícil
fácil
no braço
o laço
com chave
sem chave
abro [não abre]
é laço, não nó
no peito?
defeito!
é vida!
não é morte...
ao acaso, o devaneio

regime de palavras sonoras...
(J.F 20/03/2011)

domingo, 13 de março de 2011

dúvidas dúvidas dúvidas

minha cabeça gira, o mundo também!
o mundo muda, ou sou eu?
cheguei em um estado que não sei nem mais o que é certo ou errado.
quero viver o meu momento presente!
certezas? o que é isso?

não preciso de nada pra caminhar, apenas dos meus próprios passos.
a partir de hoje os darei sozinha.
não preciso de muletas ou bússolas pra me guiar:
preciso seguir em frente sem ninguém pra me dizer o que fazer.

meu ritmo, minhas sensações passadas,
agora são lembranças de algo que não deverá se repetir.
palavras soltas, quebra-cabeças de bichinhos...
hoje vivo e vivendo vou aprendendo a ser mais eu.

eu, que ja tive medo de mim,
hoje me olhando no espelho.
me olho de frente!
me encaro...
que rosto é esse que eu não tinha coragem de ver?

sigo cada vez mais adiante.
não preciso olhar pra trás,
mas também não tenho receio de o fazer.
sou simplesmente assim [eu].
não tenho medo de agir, de ser...
sou e pronto!

não tente mandar em mim!
isso não fazer sentido.
eu posso até deixar você sentir que esta no comando,
mas se tratando de mim, você nunca estará.

não existe ninguém melhor que ninguém nesse mundo.
por isso, nunca tente ser superior.
somos donos do nosso próprio nariz.
e não há ninguém nesse mundo que me faça desistir de viver.

não adianta ficar se lamentando por ter perdido alguém:
cada dia que acordamos vivos é um milagre.
por isso, não despendisse sem tempo com besteiras
se você quer algo, tente! o conquiste!

viva intensamente o seu dia!
mesmo que você não saiba como e quando deva agir, seja você.
não há ninguém nesse mundo que possa responder as suas perguntas...
você é dono de si
e se não estiver pronto para as responder,
siga adiante sem medo do que os outros vão pensar

sem dúvidas não se vive...

sábado, 12 de março de 2011

Meu Paradoxo

Nos versos que escrevo
Palavras se repetem a cada instante
Minha voz se cala no momento presente
[nenhum som]
Teu abraço me silencia, me conforta
Me faz sentir você
Teu olhar doce me confunde
Fico inerte.
Nunca sei quando agir...

in par

paro em pares de olhos que passam nos meus.
colo em corpos celestes o brilho que colho dos pares de olhos que param os meus.
param meus olhos e corpo os pares de pernas que ainda se movem enquanto eu me recolho.
reuno em movimento e brilho as pernas que se fazem mãos,
as mãos que se movem bocas e as bocas que se abrem peitos se meu próprio peito recolhe inteiros o que eu experimento partes.
parte de mim meu par de olhos,
orbita o movimento e brilho de outros corpos.
não habitam a minha boca os meus olhos,
não habita em minhas mãos o meu peito.
espreito, espero, desligo desejos.
deslizo desejos.
desejo pares de olhos,
passos de pernas,
posse de corpos,
passes de mágica.
magia de peito é fazer de parte, um inteiro.
amalgama de parte não é inteiro, é parte.
mal de alma é ser tudo.
sorte do meu peito é caber um mundo.
sorte do mundo é que eu não caibo em mim.


cabe num ser imenso quase
tudo, exceto o vazio

sexta-feira, 11 de março de 2011

Roubaram ela de mim

Não consigo pensar, respirar, viver
Estou em um mar de cinzas: morta! muda!
Com esse sentimento que morre no peito
Que faz calar a dor que sinto
Que faz apagar a chama
Que destrói a quem tanto ama- ou amou

Fico parada olhando o Sol se pôr
Com ele se esvai cinzas, grãos, rancor
Os grãos que no dantes fizeram nascer a flor
Hoje a obscurece, hoje se cala
Esperança que morre em mim.