domingo, 20 de novembro de 2011

"Catigoria"

Me veio discreto e humilde
Me deu sua mão e me deixou guiar
Precisava dos meus olhos e meus passos
Mal sabia ele
Que os passos que deveriam ser seguidos eram os teus
E não os meus.
Catigoria me fez ver o mundo de outra forma
Em apenas um instante de contato.
E nessa viagem só pude agradecer.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Bon appétit

Pego um pedaço de incerteza
Misturo com agonia
Derramo duas doses de impaciência
no meu coração em disritmia
Mexo com cuidado pra não desandar a massa
Acrescento umas pitadas de cegueira a gosto
Depois é só levar ao fogo
Mexer até chegar ao ponto
Mas não se esqueça:
Jamais deverá ser consumido,
e sim degustado

Bon appétit!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Passos

Caminho descalça
Há cacos de vidro no chão
Desvio sem cuidados
Me firo sem sentir
A ferida escorre e derrama na alma
Não cura, não teme
Eu teimo em caminhar
Teimo em seguir essas linhas tortas
E, só então, percebo
Que mesmo caminhando
Em direção torta ao vento
Caminho na direção certa
A qual, assim, posso guiar a minha vida.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Lembrei de Você

Lembrei de vocês esses dias,
Em pura melancolia enquanto olhava o mar.
Lembrei de você enquanto eu admirava o luar.
No ar, minha voz insistia em gritar
Apenas: "lembrei de você!"

De um alguém que por aqui passou.
Um alguém que nem de despediu.
Mas p'ra quê despedidas se daqui ele nunca partiu?!
Ontem, hoje... Apenas lembrei de você!

sábado, 15 de outubro de 2011

Espelho

Tomei banho como se o último
Sai pelas esquinas observando tudo
Caminho em direção ao vento
[Atrapalhando o sopro

Me vejo nesse espelho
[e ele não tem reflexo
Mão e contra-mão
De uma rua sem saída

Portas e cortinas
Que se fecham
E não escuto aplausos

Meu eco é um som sem ruído
Caricatura de uma voz [sem som
Miragem de uma vista quase perfeita
[e crua

Minha imaginação
Agora é a minha própria imagem
Refletida no papel

O espelho volta a ter a essa tinta
[prata] minha
Que reflete o rosto
A alma e o gosto

Do meu próprio eu...

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Saída de emergência

Escrevo sem paciência
Preciso achar a Saída de Emergência
Tem um céu azul lá fora
Meu traseiro preso na cadeira
Minhas mãos nesse teclado
Nem quero saber o que se passa lá fora
Se o mundo já cortou seus pulsos

Preciso achar uma Saída de Emergência!
Esse céu já nem parece tão azul
Mesmo assim me atrevo a olhar pro alto
Vejo tudo tão branco
Como se eu não tivesse nada pra pensar
Cada movimento me conduz a uma falta de êxtase 

E é por isso que preciso achar
Essa Saída de emergência
Minhas mãos agora doem 
Meus olhos ardem
E o céu escureceu  
Do mundo nem sei mais...


segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Não correspondido

mas o poema se cala
a alma desfalece em um corpo
[coberto de chama
o coração palpita
olhos não podem mais ver
é mais um querer
não mais O querer
nada mais que uma só voz
essa voz que dizia "sim"
agora, a mente
mente pro mundo
Verdades de um amor


domingo, 4 de setembro de 2011

Uma nova Flor no meu jardim

Que Flor nova é essa que desabrocha nesse quintal?
São pétalas doces, macias, sensíveis ao toque
Que Flor é essa que desabrocha sem ao menos notar
Que o espaço que ela tem no mundo é maior do que os outros podem achar?
Essa Flor me tira o fôlego!
Flor travessa
Essa Maria sem vergonha!

Que Flor é essa que desabrocha nesse meu quintal?
Que desarma a minha alma,
Que me deixa sensível a qualquer toque seu?
Que Flor é essa que desabrocha e me faz notar
Que o mundo de nós, é o mundo de todos nós

Não precisa ter medo, Flor!
Venho aqui nesse jardim regar-te
Regar a chama!


Chama de mais amor...

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Pode até ser diferente de tantos outros
Não quero questionar os meus erros
Mesmo porque não sinto que estou cometento um [agora
Só quero confessar pro mundo
Que a poesia se deriva em várias formas

Minha vida se converge em estrofes
E você agora faz parte de inúmeros versos...

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Acontece em mim

Sinto inveja do teu sono
Da tua arte de sorrir
Esse sorriso doido que atormenta a alma
Sinto...
Sinto um novo dia nascendo
[em mim

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Eixo

Que batem asas com o sopro de um vento
Que canta mudo como o som de um galo velho
Que envelhece com a hipocrisia do mundo
Que muda como as asas que nascem

Somos fruto do descompasso
Do acaso, do desvio
Do certo e do errado
Do belo e do abstrato
Daquilo que se fez poesia

Somos feitos de mentes pensantes
Confusões e alusões
[Nietzscherianas
Que vive da razão e esquece da teologia...

terça-feira, 12 de julho de 2011

Se perguntarem por mim

Se alguém perguntar por mim
Diz que fui ali
Cuidar de um coração
                    [bandido
Que quase roubou a alma [imortal

Se alguém nem sequer notar
Que nem aqui passei
Não digas nada

Às vezes a falta de lembranças
Nos remete à recordação do nada
À profecia de que fogo que se perdeu
                     [em chama
Da chama se esvai...

Se alguém, ainda assim, perguntar por mim
Eu, na verdade, nem estive aqui...

Toda tristeza se esvai

Toda tristeza se esvai
O canto da moça que ilumina o dia
Toda tristeza vai
Anda sozinha perto de uma esquina [sóbria!

Nem toda tristeza é poesia
Tristeza que não tem cor, que não tem valor
Tristeza que vive obscura em seu canto
Tristeza de nada
Que de nada vale

Caminha...
E caminhando vai encontrar um tudo bem alí na frente
Não se tem mais tristeza
Canta...
E cantando segue em frente
Traçando um caminho com linhas
Mesmo que imaginárias, são tortas

Imperfeições, aprendizados...
Tudo que tinha que ser feito
Certas tristezas nos fazem amadurecer
Para olhar e encarar o inimigo
Que nem sempre é invencível
Assim, toda tristeza se esvai...

Vivo no mundo

Vivo no mundo
Morro mudo
Vida aqui fora
Morte lá dentro.

Entro não vejo
Saio sozinho
Apago [da memória
Morre em mim
Sentimento que se perde
Como o vento de um último suspiro.

Vida [morte certa!
Penso! Vivo! Existo! Sou!
Sou eu mesmo em muitas faces de mim...

segunda-feira, 11 de julho de 2011

O que me faz cair nos braços seus,
querer sentir teu toque,
ficar boba e ter medo de tudo isso?
Seus braços são agora minha válvula de escape, meu porto seguro...
Local onde me conforto e me sinto bem
A cada instante que tento fugir dos vastos problemas
Acabo caindo como sobre feitiço nessa arapuca que aqui estou
[ou, pelo menos, sinto estar

terça-feira, 5 de julho de 2011

Teus braços

Num brilho branco
A bruma brava brinda:
A pintura que esconde
O fascinante rosto
É a mesma que oculta verdades
[nessa tela cinza.

Acalentando o meu choro
[de ritmos diversos
Nos teus braços (não) tépidos
[eu fiquei.

Escárnio ou Arapuca
De uma alma imortal?

quinta-feira, 21 de abril de 2011

?

Adoro a pelugem daquele coelho branco
Acho engraçada a cara de dúvida que a Sophia faz
Pra quê tanta pergunta?

Fica aí no topo ta pelugem!
A grande cartola... o grande coelho...
e as dúvidas que nunca cessam

Pra quê tanta pergunta?
Não gosta de viver de senso comum
Investiga as razões da própria vida

terça-feira, 19 de abril de 2011

...

Me deu vontadde de gritar, chorar, sorrir
me deu vontade de calar
de ficar inerte
viver minha sina

Vida minha tem cores diversas
Meus versos gritam
As vontades que foram oprimidas por mim
Antes eu expunha mais meus sentimentos
Hoje, os escondo feito flores sem florescer

Sina

Nossos caminhos se cruzam
Rua, avenida
Eu corro, choro [Vejo você
Uma vida que se foi
Uma canção que foi cantada
Uma peça sem meus aplausos

Eu e você
Vidas distintas que cruzam
Um amor que se foi
Um outro amor se formará [Jamais?!
Uma pegada na rua [Eu nua?!
Uma passada [Eu crua?!
Eu e você...
Caminhos que se cruzam.. [Sina?!

domingo, 27 de março de 2011

Tempo Meu

Tempo meu
Meu canto
Minha vida
Minhas palavras voam sem direção
À espera de que alguém as veja
As escute em seu tempo, seu canto
Em algum momento da vida.

Palavras são boas, são más
Mudam até as coisas de lugar
Meu tempo se prende em palavras
Palavras que foram feitas pra ficar soltas,
E que agora machucam pessoas
Pessoas que não as sabem usar
Não sei nem mais no que pensar

Só preciso do meu tempo
[Tempo meu]
Pra colocar a cabeça no lugar...

Devaneio

Dor, do amor... devaneios!
Queima, arde, envolve, destrói em pedaços
Paixão, aflição... digo: "NÃO!"
Só são pétalas de rosas
Entre folhas de um livro velho
Minha sina é fazer chover
O meu passado nada mais é que o tudo posto.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Vida Nada Mundo

Vida nada mundo
Gira em fração de segundos
Vejo, olho, escuto
Boca, língua [tudo mudo
Beijo, abraço, cheiro [sem efeito
Longe: tudo é nada
Nada: ninguém no mundo
Tudo muda!
Muda estou
Me calo sem dor
Não dói mais...
Ferida que fecha
Não arde em chama

Longe de tudo
Perto de nada
Fico sentada
Relento sem cor
Não mais penso no amor
[nesse seu amor

Vida nada mundo
Hoje o ceu está escuro
Portas que se abrem
Cortinas que se fecham, com aplausos...

terça-feira, 22 de março de 2011

Você (eu) no muro

Olha você aí
Nesse telhado forte
[seguro
Esses braços no muro
Fica sentado
O que tanto espera?

domingo, 20 de março de 2011

Regime de palavras sonoras

certo
correto
difícil
fácil
no braço
o laço
com chave
sem chave
abro [não abre]
é laço, não nó
no peito?
defeito!
é vida!
não é morte...
ao acaso, o devaneio

regime de palavras sonoras...
(J.F 20/03/2011)

domingo, 13 de março de 2011

dúvidas dúvidas dúvidas

minha cabeça gira, o mundo também!
o mundo muda, ou sou eu?
cheguei em um estado que não sei nem mais o que é certo ou errado.
quero viver o meu momento presente!
certezas? o que é isso?

não preciso de nada pra caminhar, apenas dos meus próprios passos.
a partir de hoje os darei sozinha.
não preciso de muletas ou bússolas pra me guiar:
preciso seguir em frente sem ninguém pra me dizer o que fazer.

meu ritmo, minhas sensações passadas,
agora são lembranças de algo que não deverá se repetir.
palavras soltas, quebra-cabeças de bichinhos...
hoje vivo e vivendo vou aprendendo a ser mais eu.

eu, que ja tive medo de mim,
hoje me olhando no espelho.
me olho de frente!
me encaro...
que rosto é esse que eu não tinha coragem de ver?

sigo cada vez mais adiante.
não preciso olhar pra trás,
mas também não tenho receio de o fazer.
sou simplesmente assim [eu].
não tenho medo de agir, de ser...
sou e pronto!

não tente mandar em mim!
isso não fazer sentido.
eu posso até deixar você sentir que esta no comando,
mas se tratando de mim, você nunca estará.

não existe ninguém melhor que ninguém nesse mundo.
por isso, nunca tente ser superior.
somos donos do nosso próprio nariz.
e não há ninguém nesse mundo que me faça desistir de viver.

não adianta ficar se lamentando por ter perdido alguém:
cada dia que acordamos vivos é um milagre.
por isso, não despendisse sem tempo com besteiras
se você quer algo, tente! o conquiste!

viva intensamente o seu dia!
mesmo que você não saiba como e quando deva agir, seja você.
não há ninguém nesse mundo que possa responder as suas perguntas...
você é dono de si
e se não estiver pronto para as responder,
siga adiante sem medo do que os outros vão pensar

sem dúvidas não se vive...

sábado, 12 de março de 2011

Meu Paradoxo

Nos versos que escrevo
Palavras se repetem a cada instante
Minha voz se cala no momento presente
[nenhum som]
Teu abraço me silencia, me conforta
Me faz sentir você
Teu olhar doce me confunde
Fico inerte.
Nunca sei quando agir...

in par

paro em pares de olhos que passam nos meus.
colo em corpos celestes o brilho que colho dos pares de olhos que param os meus.
param meus olhos e corpo os pares de pernas que ainda se movem enquanto eu me recolho.
reuno em movimento e brilho as pernas que se fazem mãos,
as mãos que se movem bocas e as bocas que se abrem peitos se meu próprio peito recolhe inteiros o que eu experimento partes.
parte de mim meu par de olhos,
orbita o movimento e brilho de outros corpos.
não habitam a minha boca os meus olhos,
não habita em minhas mãos o meu peito.
espreito, espero, desligo desejos.
deslizo desejos.
desejo pares de olhos,
passos de pernas,
posse de corpos,
passes de mágica.
magia de peito é fazer de parte, um inteiro.
amalgama de parte não é inteiro, é parte.
mal de alma é ser tudo.
sorte do meu peito é caber um mundo.
sorte do mundo é que eu não caibo em mim.


cabe num ser imenso quase
tudo, exceto o vazio

sexta-feira, 11 de março de 2011

Roubaram ela de mim

Não consigo pensar, respirar, viver
Estou em um mar de cinzas: morta! muda!
Com esse sentimento que morre no peito
Que faz calar a dor que sinto
Que faz apagar a chama
Que destrói a quem tanto ama- ou amou

Fico parada olhando o Sol se pôr
Com ele se esvai cinzas, grãos, rancor
Os grãos que no dantes fizeram nascer a flor
Hoje a obscurece, hoje se cala
Esperança que morre em mim.