sábado, 12 de março de 2011

in par

paro em pares de olhos que passam nos meus.
colo em corpos celestes o brilho que colho dos pares de olhos que param os meus.
param meus olhos e corpo os pares de pernas que ainda se movem enquanto eu me recolho.
reuno em movimento e brilho as pernas que se fazem mãos,
as mãos que se movem bocas e as bocas que se abrem peitos se meu próprio peito recolhe inteiros o que eu experimento partes.
parte de mim meu par de olhos,
orbita o movimento e brilho de outros corpos.
não habitam a minha boca os meus olhos,
não habita em minhas mãos o meu peito.
espreito, espero, desligo desejos.
deslizo desejos.
desejo pares de olhos,
passos de pernas,
posse de corpos,
passes de mágica.
magia de peito é fazer de parte, um inteiro.
amalgama de parte não é inteiro, é parte.
mal de alma é ser tudo.
sorte do meu peito é caber um mundo.
sorte do mundo é que eu não caibo em mim.


cabe num ser imenso quase
tudo, exceto o vazio

2 comentários:

  1. Não preciso nem dizer o quanto amo também..
    Um vez aqui como Flor, como menina.. como Deusa!

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